31 de dezembro de 2007

A um amor prometido

Devagar aproxima-te o sopro dos dias
e as noites desvendam-te, despindo-te os traços.

Guio-te os passos pela rota dos sonhos
construindo no peito, de volúpia e esperança,
um ninho de folhas e de fé
e de cabelos soltos como asas.
E ensaio a voz para o teu nome.

Traz-me as flores que a vida te deitou no chão da alma
e o olhar franco e o riso fácil
e a força certa e digna das árvores antigas.
E ensina-me a ser em vez de estar.

Que eu tenho para te dar
o céu lilás e púrpura dos anoiteceres serenos,
as histórias secretas dos livros imaginários
e a transparência labiríntica das palavras.

E juntos descobriremos
a Terra Prometida
no toque da brisa no corpo do outro.

2 comentários:

Anónimo disse...

"...ensina-me a ser em vez de estar." Detive-me perante a arrebatadora força destas palavras. Li, devorei, bebi a tua escorregadia composição de letras. Não tenho um particular orgulho em ser o teu primeiro comentador de 2008, mas sinto-me privilegiado por continuar a ler-te. Que o teu amor prometido cumpra a promessa eternamente e possa começar já em 2008. São os meus votos para a minha querida escritora.

Mirabilis (ou Sherazade) disse...

Abraim,

Como sempre, obrigada, e um obrigada adicional pela "escorregadia composição de letras" :)) e por poder ter um comentário tão lisonjeiro como pontapé de saída para 2008.

Também espero que o tal amor prometido se cumpra em breve (amanhã ou assim parece-me excelente como prazo :P). Vamos ver…

Beijos grandes e volta sempre,