31 de dezembro de 2007

A um amor prometido

Devagar aproxima-te o sopro dos dias
e as noites desvendam-te, despindo-te os traços.

Guio-te os passos pela rota dos sonhos
construindo no peito, de volúpia e esperança,
um ninho de folhas e de fé
e de cabelos soltos como asas.
E ensaio a voz para o teu nome.

Traz-me as flores que a vida te deitou no chão da alma
e o olhar franco e o riso fácil
e a força certa e digna das árvores antigas.
E ensina-me a ser em vez de estar.

Que eu tenho para te dar
o céu lilás e púrpura dos anoiteceres serenos,
as histórias secretas dos livros imaginários
e a transparência labiríntica das palavras.

E juntos descobriremos
a Terra Prometida
no toque da brisa no corpo do outro.