6 de novembro de 2005

Enigma

Quando me quiseres encontrar
estou ali, no princípio da aliteração
guardada como um segredo
entre os versos sem rima
e as rimas sem razão

e quando me quiseres
não me aches, descobre-me
que eu permaneço ali
longa como um l de tanto te esperar
imóvel, entre o a e o i

e quando me encontrares
revelo-te o segredo,
sussurrando-te ao ouvido
num cintilar de brinco
sílabas ao contrário

e saberás onde tanto te esperei.