18 de outubro de 2005

Já não regresso...

Já não regresso à sordidez do teu encontro
nem às trevas da luxúria no meu corpo;
já não retorno à mágoa auto-inflingida
e nem ao sonho
e nem à espera
e vou embora neste adeus sem despedida.

Sigo com os pássaros
arrastando as asas, a honra e a vergonha
e tropeçando ainda na saudade
da tua presença incerta
e do teu silêncio habilmente interrompido.

E por mais que me sangre a ferida aberta
parto rumo à tua ausência absoluta
no passo vacilante de quem foge
que o vazio é o meu sossego e o meu castigo
de te ter dado quase tudo.

E só não te prometo não voltar
para que saibas, desta vez,
que eu já não volto.

1 comentário:

Anónimo disse...

julinha querida, eu e a jacquie estavamos a navegar pelas tuas lindas palavras e a tentar captar a tua essência nelas...
pessoalmente acho que este tem muito a ver comigo.