18 de outubro de 2005

A cadeira vazia

O dia vai entrar pela janela da frente
silencioso como todas as manhãs
e virá sem pressa
atravessar a sala adormecida
e sentar-se na cadeira vazia
(a cadeira onde tu te sentavas).

E então farei o gesto repetido
(que se repete no tempo
como o nascer dos dias):
pouso a caneta
amarroto a folha
e atiro-a ao chão.

É assim que morro a minha vida
(esta vida de folhas atiradas
ao chão para morrerem):
a observar o dia na cadeira
sentado no teu lugar.

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