16 de março de 2006

Como uma estrada

Ele fala e finge e foge. E desvia-se. Atravessa-me como a uma estrada. A cortar caminho. Sem se preocupar com o sinais vermelhos. Sem os ver.
Eu tenho a voz carregada de poeira e de alcatrão. E as palavras importantes soterradas sob o asfalto morno deste faz-de-conta. E multas por cobrar.

Do lado esquerdo da via, em excesso de velocidade, vem um coração pesado de mercadorias que, numa guinada, quase o atropela. Só quase. Nem sequer o suficiente para o assustar. Que ele desvia-se sempre a tempo. E foge e finge e fala.

Deixo-me estar deitada, muito quieta. A estrada que ele atravessa.

3 comentários:

Unknown disse...

Não é o destino que interessa, mas o caminho. A estrada.

(Ainda bem que regressaste, estava quase a queixar-me... ;)

Anónimo disse...

sympa exotik
bien ke ne parlant pas porutgais g fini par saisir un sens!!je men suis une image ptre pas la bonne mais voila
nouel;-p

Anónimo disse...

Acho q ninguém entendeu mto bem este.. e traduz tão bem o teu espirito da altura. Tenho saudades mana... até dos dias de discussões :)