Quantas folhas brancas cantam o meu silêncio
em que procuro as palavras e elas fogem
escondendo-se entre linhas e entrelinhas
num caos de sintaxe e de semântica
que revolvo e que remexo
semi-muda, semi-louca
buscando frases que nunca chegam
e repetindo outras que só calada sei dizer.
Tirânicas palavras que eu indago e que me mentem
palavras moribundas, inventadas, descobertas
palavras ocas ou balofas ou fora do contexto
que misturo e desarrumo
para fugir à tortura e escapar ao medo
do silêncio branco que se esconde
neste mundo de papel onde sou Deus.
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