Faz-me falta o teu corpo de papel
onde eu escrevia poemas
que eram só para ti.
Ainda são só teus os meus poemas.
Ainda é de papel o teu corpo.
Mas já não escrevo lá.
Faz-me falta o teu ombro
a abraçar-me as lágrimas
de quando eu chorava e molhava-te as mãos.
Faz-me falta a verdade do teu ronronar
nos tempos em que era verdade.
Faz-me falta o teu jeito de teres a certeza.
Faz-me falta o meu riso.
Faz-me falta a certeza de rir do teu riso
e de rires do meu jeito.
Fazem-me falta as nossas brincadeiras
e os nomes que inventávamos
e que eram apenas nossos.
Ainda temos alegria para brincar.
Ainda inventamos nomes.
Mas já não acreditamos.
Fazem-me falta os teus olhos.
Esta falta que me fazes
vem-me desse mundo inteiro dos teus olhos marinhos
que eu ainda visito
onde ainda me perco
onde estão todos os poemas que já foram
e todos os poemas que virão
e onde já não moro.
4 comentários:
julinha, 1º fiquei com a sensação de escreveste este poema para a jaquie, mas depois no fim veio uma dúvida será que é para o kadão.
Mas é lindo!!!!
Será q o destinatário já leu?
Acho q merecia.. =)
Sem dúvida Kleo o destinatário devia.. :)
É lindo e profundo, vem nos uma imagem à mente quase como uma fotografia
Amei!
esqueci-me de assinar! :S...
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