Se eu não tivesse versos mas certezas
e tu não fosses perpendicular aos meus desejos
talvez não desenhasses com a língua
estranhas circunferências nos meus beijos
e as nossas vidas fossem paralelas.
Se eu pudesse trocar o nome de cada rua
sem deixar um caminho ou uma direcção
talvez tu te perdesses do meu corpo
e eu ficasse a salvo do ardor do teu orgasmo
e da intensidade da sua convulsão.
E talvez se eu fosse outra e cedesse sem luta
e te intrigasse menos e te lambesse mais
sumisses para sempre e levasses contigo
o teu hálito nu e o meu pecado antigo
transcrito num código de ondas vaginais.
1 comentário:
gostei muito, um poema pujante, sim senhora!!!!
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